A aspirina pode ser uma opção de acompanhamento para prevenir coágulos sanguíneos, começando cinco dias após a cirurgia de quadril ou joelho (2024)

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Num ensaio recente, a mudança para doses baixas de aspirina foi tão eficaz na prevenção de coágulos sanguíneos após uma cirurgia de substituição articular como a continuação do medicamento anticoagulante rivaroxabano. Seis em cada 1.000 pessoas que tomaram aspirina tiveram um coágulo sanguíneo, em comparação com sete em cada 1.000 que tomaram rivaroxabana. Três a cinco em cada 1.000 pacientes apresentaram sangramento grave com qualquer um dos medicamentos.

A rivaroxabana ou medicamentos semelhantes são geralmente prescritos por duas ou cinco semanas após uma cirurgia no joelho ou quadril, respectivamente, para reduzir o risco de coágulos sanguíneos nas pernas ou nos pulmões.

Este estudo incluiu mais de 3.000 adultos que receberam rivaroxabana durante os primeiros cinco dias após a cirurgia e depois continuaram com o medicamento como é a prática atual ou mudaram para aspirina.

Os resultados sugerem que a aspirina é uma alternativa igualmente segura e eficaz após a profilaxia inicial com rivaroxabana, embora a chance de coágulo ou sangramento tenha sido pequena para ambas as estratégias. A aspirina é um medicamento barato e que poderia reduzir os custos de prevenção se os pacientes mudassem para ela após cinco dias, quando a maioria recebe alta. A aspirina não está licenciada para esse uso, mas as diretrizes do NICE 2018 a recomendam como uma opção.

Não está claro se estes resultados se aplicariam a grupos com maior risco de trombose.

Por que este estudo foi necessário?

O Registro Conjunto Nacional do Reino Unido relata que houve 101.651 procedimentos de substituição de quadril e 108.713 substituições de joelho registradas em 2016, um aumento de quase 4% em 2015. Coágulos sanguíneos nas pernas (trombose venosa profunda [TVP]) ou nos pulmões (embolia pulmonar) são complicações bem reconhecidas no período pós-operatório que requerem medidas preventivas prolongadas.

Medicamentos anticoagulantes (anticoagulantes) como rivaroxabana e apixabana são amplamente utilizados por serem seguros, eficazes e convenientes, sendo tomados por via oral. Vários estudos sugeriram que a aspirina pode ser uma alternativa, pelo menos após um período inicial de anticoagulação, mas não houve ensaios comparando-a diretamente com anticoagulantes.

O ensaio canadense EPCAT II (Extended Venous Thromboembolism Prophylaxis Comparing Rivaroxaban to Aspirin Following Total Hip and Knee Arthroplasty II) atende a essa necessidade.

O que este estudo fez?

O ensaio randomizado incluiu 3.424 adultos após artroplastia total de quadril ou joelho em 15 centros no Canadá. Todos os pacientes receberam rivaroxabana (10 mg por dia) imediatamente após a cirurgia durante cinco dias. A partir do sexto dia, eles foram randomizados para continuar a rivaroxabana ou mudar para aspirina (81 mg por dia) por mais nove dias após a cirurgia no joelho ou 30 dias após a cirurgia no quadril.

Os medicamentos foram administrados em cápsulas idênticas, de modo que nem os pacientes nem os pesquisadores sabiam o que estavam tomando. A randomização foi equilibrada de acordo com o fato de os pacientes já estarem tomando aspirina em baixas doses. Neste caso, os pacientes continuaram com a aspirina padrão juntamente com o medicamento designado. O ensaio incluiu pacientes suficientes para poder descartar o que os especialistas consideravam uma diferença clinicamente importante (1%) na taxa de TVP ou embolia pulmonar entre os grupos.

O que encontrou?

  • A aspirina foi tão eficaz quanto a rivaroxabana na prevenção de TVP sintomática ou embolia pulmonar. Esses eventos ocorreram em 0,64% (11/1.707) dos pacientes no grupo aspirina e 0,70% (12/1.717) no grupo rivaroxabana (diferença 0,06%, intervalo de confiança [IC] de 95% -0,55% a +0,66%).
  • Também não houve diferença na taxa de sangramento maior, que afetou 0,47% (8/1.707) do grupo aspirina e 0,29% (5/1.717) do grupo rivaroxabana (diferença 0,18%, IC 95% -0,65% a + 0,29%). Também não houve diferença ao incluir sangramento não maior (1,29% com aspirina vs 0,99% com rivaroxabana). Todos os eventos envolveram sangramento no sítio cirúrgico.
  • Houve uma única morte por embolia pulmonar. Isso ocorreu em um paciente designado para aspirina após a substituição do joelho. Aconteceu 17 dias após terminar o tratamento com aspirina.
  • Os resultados foram semelhantes nas diferentes operações e quando se observou aqueles que já tomavam aspirina por um longo período ou não.

O que dizem as orientações atuais sobre esta questão?

As diretrizes recentes do NICE (2018) sobre a redução do risco de tromboembolismo venoso hospitalar recomendam a aspirina como uma opção, embora não a estratégia de mudança da rivaroxabana.

As opções recomendadas após a artroplastia de quadril são:

  • Heparina de baixo peso molecular (HBPM) por 10 dias seguida de aspirina (75 a 150mg) por 28 dias; ou
  • HBPM por 28 dias mais meias de compressão até a alta; ou
  • Rivaroxabana (10 mg por dia) durante cinco semanas (de acordo com a avaliação tecnológica do NICE 2009).

As opções recomendadas após a substituição do joelho são:

  • Aspirina (75 a 150mg) por 14 dias; ou
  • HBPM por 14 dias mais meias de compressão até a alta; ou
  • Rivaroxabana (10mg ao dia) por duas semanas.

Quais são as implicações?

Um número suficiente de pacientes foi incluído para demonstrar a equivalência de aspirina em baixas doses com rivaroxabana após artroplastia de joelho ou quadril. Os resultados geralmente apoiam as novas recomendações do NICE para considerar a aspirina como uma opção e, como a aspirina é um medicamento de baixo custo, poderia economizar recursos na prevenção, embora o tratamento de coágulos e complicações, caso ocorressem, permanecesse o mesmo.

O ensaio não comparou os tratamentos iniciados imediatamente no pós-operatório, e é possível que grande parte do benefício venha dos primeiros cinco dias de rivaroxabana. Os autores observam que a maioria dos eventos hemorrágicos também ocorreu no período pós-operatório imediato.

Ainda restam dúvidas sobre o momento ideal para iniciar a aspirina e por quanto tempo continuar. Não está claro se as características do paciente devem orientar a escolha do tratamento.

Citação e Financiamento

Anderson DR, Dunbar M, Murnaghan J, et al. Aspirina ou rivaroxabana para profilaxia de TEV após artroplastia de quadril ou joelho. N Engl J Med. 2018;378:699-707.

Este projeto foi financiado pelos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde.

Bibliografia

LEGAL.Tromboembolismo venoso em maiores de 16 anos: reduzindo o risco de trombose venosa profunda adquirida no hospital ou embolia pulmonar. NG89. Londres: Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados; 2018.

LEGAL.Rivaroxabana para prevenção de tromboembolismo venoso após artroplastia total de quadril ou joelho em adultos. TA170. Londres: Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados; 2009.

Produzido pela Universidade de Southampton e Bazian em nome do NIHR através do NIHR Dissemination Center

A aspirina pode ser uma opção de acompanhamento para prevenir coágulos sanguíneos, começando cinco dias após a cirurgia de quadril ou joelho (2024)

FAQs

Como a aspirina previne a trombose? ›

Antiplaquetários, como a aspirina, são medicamentos que impedem as células do sangue (plaquetas) de se colar e formar um coágulo.

Como tomar aspirina para trombose? ›

· Para prevenção do tromboembolismo após cirurgia vascular ou outras intervenções: 100 a 300 mg por dia. · Para a prevenção de trombose venosa profunda e embolia pulmonar após imobilização prolongada: 100 a 200 mg por dia ou 300 mg em dias alternados.

Porque a aspirina e anticoagulante? ›

Esta é produzida pela própria pessoa com ajuda de uma enzima. Uma substância ativa como o ácido acetilsalicílico bloqueia precisamente esta enzima. Deste modo as células sanguíneas perdem a capacidade de formarem coágulos. A aspirina® é um analgésico não-opioide.

Quando é preciso tomar anticoagulante? ›

Quando é indicado o uso de anticoagulantes?
  • pessoas com histórico de trombose;
  • pacientes que utilizam válvulas cardíacas;
  • indivíduos que têm arritmia cardíaca;
  • para eliminar trombos já formados, como os que podem surgir em casos de infarto e embolia pulmonar.
Sep 22, 2021

Como tomar aspirina Prevent para circulação nas pernas? ›

Para uso oral. Tomar os comprimidos com bastante líquido, de preferência antes das refeições.

Qual é o melhor anticoagulante natural? ›

Dentre os anticoagulantes naturais estão legumes, vegetais e raízes como alho, cebola, canela, gengibre, entre outros. Estes ativos podem colaborar, porém, nunca substituir um medicamento prescrito por um médico. Por isso, é indicado procurar auxílio para seguir o tratamento correto.

Quanto tempo devo tomar anticoagulante após cirurgia? ›

Para os de risco moderado, que são a maioria, é necessário, além das medidas mecânicas, o uso de anticoagulantes após a cirurgia, por 7 a 10 dias. Já para os pacientes de risco alto, é necessário o início do anticoagulante antes da cirurgia.

Quando não devo tomar aspirina? ›

Aspirina® não deve ser utilizada nas seguintes situações:

Úlceras do estômago ou do intestino (úlceras gastrintestinais agudas); Tendência para sangramentos (diátese hemorrágica); Alteração grave da função dos rins (insuficiência renal grave); Alteração grave da função do fígado (insuficiência hepática grave);

É bom tomar aspirina todos os dias? ›

Embora os médicos há muito tempo prescrevam baixas doses diárias de aspirina para prevenir ataques cardíacos ou derrames, essa indicação não é mais recomendada para todos os adultos, pois novas evidências esclarecem alguns dos riscos que ele pode representar.

O que a aspirina faz no sangue? ›

Ela funciona como medicamento antiplaquetário, ou seja, inibe a adesividade das plaquetas, a qual pode causar trombos e placas de ateroma. Em pacientes cardiopatas, a Aspirina é usada para a prevenção primária, secundária e no tratamento de infarto agudo do miocárdio, AVC e vasculopatias.

Quanto tempo a aspirina fica no corpo? ›

Um comprimido de Aspirina® age rapidamente: a dor leve a moderada é aliviada cerca de 17 minutos após tomá-lo. Esse efeito dura até seis horas. Adultos e adolescentes com pelo menos 16 anos de idade podem tomar mais 1-2 comprimidos após um intervalo mínimo de quatro horas se a dor reaparecer.

Qual o risco de tomar aspirina? ›

Podem surgir os seguintes sintomas: sensação de desmaio iminente, respiração rápida, falta de ar, febre, desidratação, pressão arterial baixa, um nível baixo de oxigênio no sangue (hipóxia), acúmulo de ácido lático no sangue (acidose lática), líquido nos pulmões (edema pulmonar), convulsões e inchaço cerebral.

Como tirar coágulo de sangue na perna? ›

O tratamento é realizado com o uso de medicamentos anticoagulantes, que ajudam a desfazer os coágulos e impedir sua formação. Por serem medicamentos que interferem no processo de coagulação sanguínea, devem ser utilizados sob prescrição médica, dentro do ambiente hospitalar.

O que a pessoa que está tomando anticoagulante não pode comer? ›

Uma vez que alimentos ricos em vitamina K como espinafre, couve, alface, repolho, brócolis, couve-flor, trigo e aveia, banana, abacate, kiwi, leite e derivados, ovos, soja, óleo de oliva, salsa, nabo, fígado, entre outros, podem interagir com a medicação reduzindo o efeito do anticoagulante (reação chamada de interação ...

Qual o efeito colateral mais grave do uso de anticoagulantes? ›

A hemorragia é a principal reação adversa encontrada durante a terapêutica anticoagulante. Se a hemorragia é pequena, pode ser tratada com a suspensão do anticoagulante e a administração de vitamina K intravenosa, que necessita de várias horas para que o tempo de protrombina volte aos níveis normais.

Quem toma aspirina Prevent pode ter trombose? ›

O uso concomitante com dipirona e alguns anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), como ibuprofeno e naproxeno, reduz a aderência e aglutinação das plaquetas sanguíneas e a prevenção de coágulos sanguíneos (trombos), podendo limitar a proteção da Aspirina® Prevent contra o ataque cardíaco e o derrame.

Qual o melhor remédio para não dar trombose? ›

Xarelto® (rivaroxabana) é indicado para o tratamento de trombose nas veias profundas e prevenção de trombose nas veias profundas e embolia pulmonar recorrentes, em adultos.

Qual o remédio que evita a trombose? ›

A enoxaparina 60 mg/0,6 mL injetável favorece a coagulação sanguínea nos casos de trombofilia, tendência natural ao desenvolvimento da trombose (formação de coágulos de sangue, também chamados de trombos).

Quem está com trombose pode tomar aspirina? ›

Portanto, aspirina e os anti-inflamatórios devem ser evitados. Dê preferência a analgésicos a base de dipirona ou paracetamol para tratar a dor de cabeça.

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